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Esclarecimento

Tema do curso de História na Feira das Profissões



A Universidade do Sagrado Coração optou por apresentar como tema do estande de História, na Feira das Profissões, “O Fim da Segunda Guerra Mundial”, que completa 70 anos em 2015. Um momento que nos faz refletir sobre o fim de ditaduras, de regimes autoritários e totalitários, da repressão e do medo, do início do julgamento dos crimes de guerra e perspectivas de paz.

Para apresentar o tema, montou uma exposição de cartazes que retratavam a ascensão e, principalmente, a queda do 3º Reich e do Eixo. Esta exposição começava com a derrota nazista mostrando a bandeira e a suástica rasgadas e queimadas pelos aliados. Nesses cartazes também encontravam-se imagens sobre a morte do ditador Mussolini, o Holocausto, as sorrateiras propagandas nazistas, o Dia D, a destruição dos símbolos nazistas, a bomba atômica e a vitória dos aliados.

O tema foi enriquecido com a discussão e apresentação de filmes de época como o Triunfo da Vontade, uma fonte histórica muito debatida academicamente para entender a perversa propaganda nazista, bem como a clássica obra-prima de Charles Chaplin O Grande Ditador, que se apresentava como contraponto à obra nazista. Outros filmes e documentários apresentavam críticas aos regimes totalitários como Arquitetura da Destruição e os atuais Olga, A Queda e a Segunda Guerra Mundial.

Foram expostos livros que retratavam o processo histórico relacionado à Segunda Guerra Mundial. Os estudantes do curso de História mostraram como a impiedosa e preconceituosa obra de Hitler, Mein Kampf, seduzia seus seguidores. Discutiram como o mercado editorial utiliza-se de temas como a juventude hitlerista, os generais de Hitler, se o Eixo tivesse vencido, dentre outros temas, e expuseram a vasta publicação que garante os interesses desse mercado. Fizeram críticas à obra impostora e sem sustentação e base histórica publicada no Brasil O Holocausto: judeu ou alemão?. Sugeriram aos visitantes boas e críticas leituras como A Psicologia das Massas no Fascismo, de Wilhelm Reich, A Era dos Extremos, de E. Hobsbawm, o Triunfo da Vontade, de Alcir Lenharo.

Como todos os anos, no estande de História, os alunos se caracterizaram como personagens de época. Representaram soldados brasileiros, assim como soldados soviéticos e militares do Eixo, e fizeram repúdio ao Holocausto, ao preconceito, à agressão e à violência.

O trabalho principal sobre o tema ficou com a personagem vestida como judia de campo de concentração que, com ajuda dos demais alunos, distribuiu símbolos da paz: o marcador de texto com uma pomba branca, a estrela e cartas de filhos que foram e morreram durante a guerra.

Os estudantes transitavam divulgando a paz entre o estande e o Núcleo de Pesquisa e História da USC (NUPHIS), onde também realizaram atividades relacionadas ao tema e suas repercussões no Brasil, como a queda de Getúlio Vargas, que foi apresentada para mostrar o trabalho do historiador a partir das fontes. Na sala de pesquisa aos consulentes e usuários, demonstraram o rico acervo de periódicos: O Correio da Noroeste, o Diário de Bauru e a Revista Inteligência durante e após a Segunda Guerra Mundial. Apresentaram artigos, manchetes e editoriais sobre os acordos de paz, a redemocratização e a convocação em 1946 da Assembleia Constituinte. Ao fundo desta sala, várias cenas e músicas eram projetadas e tocadas, como a famosa Brothers in arms, entre outras, que criticavam toda forma de guerra.

Na recepção do NUPHIS puderam ver a exposição de imagens e fontes sobre vários momentos da História do Brasil. Ainda neste local, os visitantes podiam ver as atividades que se desenvolviam na Sala de Higienização de documentos. Na entrada, lugar privilegiado, estavam expostos dados sobre o NUPHIS e fotos sobre os Campos de Concentração como Awschwitz.

Os alunos ensinaram, conscientizaram, educaram e abriram espaços aos debates. Contribuíram para que os visitiantes refletissem sobre a importância da Democracia, da Justiça, da Igualdade e da Paz nos dias atuais.

Diante da repercussão sobre o tema, salienta-se que a divergência e a diferença de opiniões são sempre salutares, desde que haja respeito entre as partes e que não sejam fundamentadas em interesses pessoais. A informação correta sobre os fatos é absolutamente indispensável para que o debate não fique num mundo de construções tendenciosas, que podem ser injustas, onde cada qual se dá o direito de falar o que quiser a respeito de todo e qualquer assunto e pessoas.

Desta forma, destaca-se que não se pode atribuir conotação racista à atividade educativa e contextualizada em seu todo. Abordar a história assim como ela aconteceu não significa concordar com ela, muito menos fazer apologia, implica sim, viajar no tempo e tentar compreendê-la.

Por sua vez, a distorção destas intenções, descontextualizando-as, para que aos olhos de quem desconhece a situação vivenciada pareça a prática de um crime, provoca danos tanto contra os atores envolvidos no fato como contra a sociedade, e é passível de repreensão nas esferas civil e criminal.

Se a apologia ao nazismo é crime previsto na Lei nº 7.716/1989, imputar ou sugerir que alguém o tenha praticado falsamente é calúnia, crime previsto no art. 138 do Código Penal, sem prejuízo da reparação civil pelo dano à honra das vítimas, nos termos do art. 927, do Código Civil. Podem concorrer aqueles que compartilham em redes sociais, avalizando o posicionamento reprovável.

A temática despertou diferenças de posicionamento entre Cursos, ótima oportunidade para a Universidade cumprir sua missão: formação humana e integral, que ultrapassa a formação de sala de aula e de conteúdo, mas constrói o currículo oculto dos estudantes e futuros profissionais.

Desta forma, a Universidade mais uma vez reafirma seu papel social e seu compromisso com a formação integral, levando em consideração valores e sua identidade. A Universidade tem o direito de tomar suas decisões, de possuir a própria identidade e de continuar sendo um espaço de liberdade intelectual e isto não se confunde de forma alguma com espaço de intolerância – o que infelizmente a sociedade atual confunde com liberdade de expressão.

Agradecemos a preocupação da comunidade com a Universidade do Sagrado Coração, porém, é importante lembrar que, de longa data, dispensamos o cuidado necessário com as nossas ações, sobretudo em relação à formação de nossos estudantes. Os assuntos referentes aos cursos, docentes, coordenadores e estudantes estão sob o nosso olhar. Olhar crítico e competente, porém cuidadoso e amoroso. Cuidado este que vem sendo dispensando há 62 anos e o qual fazemos muito bem, levando em consideração o contexto e o papel que cada um vivencia em cada tempo e lugar.


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Madre Clélia
Cebas

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