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Coordenadora de Relações Internacionais realiza pesquisa de doutorado em Israel

Karina Stange Calandrin conta sua experiência na Universidade de Haifa



A coordenadora e docente do curso de Relações Internacionais da Universidade do Sagrado Coração (USC), Karina Stange Calandrin, realizou um estágio de pesquisa de doutorado na Universidade de Haifa, em Israel. A temática abordada é sobre o processo decisório de política externa israelense durante a operação militar “Paz para a Galileia”, que atuou na Guerra do Líbano de 1982.

Calandrin foi para Israel em novembro de 2018 e, para sua pesquisa de doutorado, realizou, principalmente, apuração documental nos arquivos do Ministério da Defesa e das Forças Armadas de Israel, no Ministério das Relações Exteriores, nos arquivos do Estado e no Menachem Begin Heritage Center - memorial oficial do estado que comemora o sexto primeiro ministro de Israel. Além disso, efetuou entrevistas com professores da área de Relações Internacionais, Ciência Política e Psicologia Social, soldados que participaram da incursão israelense no Líbano em 1982 e com o representante do Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina para a América Latina e ex-membro da Organização para Libertação da Palestina no período da Guerra do Líbano.

O objetivo da sua tese é compreender como se deu a tomada de decisão no gabinete do Primeiro-Ministro israelense Menachem Begin, levando em consideração elementos de psicologia social e política, como memória coletiva e o conflito israelo-palestino. Para atingir este propósito, era essencial que a coordenadora fizesse a pesquisa documental e entrasse em contato com professores especialistas em Israel. Por já ser bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) desde o mestrado, entrou com o processo para a bolsa de pesquisa no Programa de Doutorado-sanduíche no Exterior (PDSE) da CAPES e foi contemplada.

A escolha da Universidade de Haifa se deu por dois motivos. Primeiramente pelo Prof. Edy Kaufman que foi o orientador na pesquisa de doutorado durante o período, especialista em coexistência pacífica no conflito Israel-Palestina. E, também, pelo caráter particular da Universidade, “umas das melhores do mundo e que trabalha muito com coexistência, a proporção de alunos é de quase 50-50 entre árabes e judeus, proporcionando uma interação maior com o conflito e aproximando as populações”, destaca.

A aceitação para a realização da pesquisa no exterior se deu através de algumas etapas, após a análise do seu projeto de pesquisa pelo departamento “Peace and Conflict Management” (Gerenciamento de paz e conflitos, em tradução livre), e pela coordenadora, sendo Calandrin aprovada como pesquisadora convidada. A partir do aceite, entrou com o processo pela CAPES, que durou uma semana. “Enviei as cartas dos orientadores (brasileiro e estrangeiro), a carta da universidade, o projeto de pesquisa, a carta de intenções e o exame de proficiência em inglês International English Language Testing System (IELTS). Passei, também, por uma entrevista com uma banca do meu programa de pós-graduação no Brasil e fui aprovada juntamente com mais três alunos. Todavia, tinha que esperar a liberação da bolsa, que só aconteceu de fato mais de seis meses depois”, conta.

A pesquisadora relembra como a USC foi importante em todo o processo, uma vez que ficou afastada das atividades de coordenação e docência, pelo período de dois meses, “quando a bolsa foi enfim liberada, em outubro de 2018, eu não só era professora como estava na coordenação do curso de Relações Internacionais, na época como substituta. Fui extremamente apoiada pela USC. Consegui o melhor dos dois mundos, continuar na USC e realizar meu intercâmbio”, ressalta.

Experiências vividas em Israel

A cidade de Haifa possui uma população muito diversa entre judeus, muçulmanos e cristãos e, por isso, a prefeitura organizou em uma das principais ruas da cidade  uma festa multicultural de Natal e Hanukkah (festividade judaica conhecida como Festival das luzes) com elementos muçulmanos. No início da rua foi montada uma árvore de Natal, uma Hannukiah (candelabro de nove braços) e o símbolo islâmico. “Foi incrível poder fazer parte dessa comemoração, faz renovar a esperança da coexistência pacífica entre os povos”, lembra.

Sobre a adaptação, a docente comenta que é um longo processo, e o mais difícil foi se acostumar ao Shabbat (dia de descanso do Judaísmo), “de sexta a partir da tarde e sábado até a noite não há comércio aberto e o transporte público é quase nulo. Domingo é como nossa segunda-feira, então é dia de trabalho e estudo normal”, expõe.

 Outro acontecimento foi a ida para a cidade de Rammallah na Cisjordânia (Território Palestino), até a sede do partido palestino Fatah e conversar com o representante do Ministério das Relações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina para a América Latina. “Foi muito gratificante ouvir dele que a posição oficial palestina é por dois Estados para dois povos e apoio à coexistência pacífica entre os povos”, conta. 


Link deste artigo: https://unisagrado.edu.br/site/conteudo/8098-coordenadora-de-relacoes-internacionais-reali.html
Tags: USC, Relações Internacionais, Docente, Mestrado


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